Se me arrependi de alguma coisa, foi de ter perdido a carta que ele me escreveu, de palavras poucas mas bem suas, em que me enviava nossos beijos lentos; e me dói saber que a li tantas vezes mas não decorei, e agora não dá mais.
E da vez que não disse que o amava quando amava, ainda que tenha sido só saudade disfarçada de amor sem eu saber, e de todos os instantes que não apreendi e nos escaparam.
Se me perguntarem um dia quem foi esse, vou contar do menino que me fez um dia chorar feliz de saudade e me ensinou a ouvir o mar. E da serenidade com que vou me lembrar dos nossos dias e, sem remédio, sorrir.